Telefonia 4.0: Saiba o que é e quais avanços esperar

Autor: Telium Networks
Publicação: 14/09/2018 às 02:56

Desde que o professor escocês Graham Bell conseguiu completar a primeira ligação telefônica da história (imortalizando, em 1876, a célebre frase “Sr. Watson, preciso do senhor, venha!”), a telefonia sofreu inúmeras mutações até chegarmos a esse cenário ficcional multiplataforma, totalmente digital e focado em usuários omnichannel que a área de Telecom alcançou nos últimos anos.

Para que você tenha uma ideia mais clara sobre isso, em 1904, tecnologia de ponta em telefonia era girar uma manivela (em um modelo alimentado por uma espécie de bateria) para remeter um sinal a uma mesa operadora manual que, por fim, completava a ligação.

Atualmente, centrais telefônicas inteligentes, serviços de voz e vídeo apoiados em conexões 5G (que já começam a funcionar nos EUA) e otimização inteligente de canais de atendimento são a base de um sistema de telefonia em que não é mais possível distinguir entre TI e Telecom. Bem-vindo à telefonia 4.0, que você conhecerá em detalhes a partir de agora!

As 4 fases evolutivas da telefonia

A telefonia passou por muitas transformações ao longo de seus mais de 140 anos. Vamos ver rapidamente essas mutações para entender o quanto o mundo corporativo pode se beneficiar dos novos recursos vigentes da telefonia 4.0.

1ª geração

Por incrível que pareça, já saímos dessa fase há pelo menos 50 anos. Trata-se da era da telefonia puramente analógica, em que todo o processo de transmissão da voz era feito em sua forma analógica, da origem ao destino. Mas como se dava essa transmissão?

De forma geral, a voz humana está envolvida em uma determinada amplitude de frequência, sendo que o sistema telefônico analógico a limitava a uma largura de banda entre 300 e 3400 Hz. Na telefonia analógica (que foi de 1876 a meados de 1960), o sinal de voz gerado pelo usuário ao falar no telefone era convertido em uma representação elétrica, que era remetida a uma central manual, incumbida de fazer seu encaminhamento ao destino.

2ª geração

Não demorou muito para que o setor de telecomunicações percebesse que era inviável às empresas adquirirem dezenas de linhas diferentes apenas para que seus funcionários pudessem se comunicar entre si. Essa foi a porta de entrada para o PABX.

O PABX é o responsável por fazer a interligação entre os ramais de uma mesma empresa (uma espécie de central de telefonia particular). Sigla para Private Automatic Branch Exchange (ou, em português “Troca Automática de Ramais Privados”), o PABX eliminou a necessidade de contar com uma operadora de telefone para efetivar todas as suas comunicações internas, bem como de comprar centenas de linhas diferentes para distribuir aos setores da organização.

O PABX é utilizado até hoje, mas sua forma analógica foi superada por redesenhos mais modernos e econômicos às organizações, como o PABX IP, uma das marcas da telefonia 4.0. Mas vamos falar mais sobre isso abaixo.  

3ª geração

De 1960 aos anos 2000, entramos na era da telefonia digital, em que o sinal analógico é convertido em digital e transmitido entre centrais, também digitalizadas. A 3ª geração da telefonia consolidou as bases para que chegássemos ao momento atual, o da telefonia 4.0.

4ª geração

Chegamos à era da telefonia IP, que usa a internet para enviar e receber chamadas, convertendo voz em pacotes de dados. Estamos falando de uma tecnologia que se caracteriza pela digitalização, compressão e encapsulamento da voz no protocolo IP. A partir disso, a transmissão é feita na forma de pacotes pelas redes de dados.

VoIP (Voice Over Internet Protocol), ramificação da telefonia IP, permite que dispositivos como smartphones, computadores e tablets façam ligações com maior qualidade e a custo mais baixo do que nos sistemas das gerações anteriores.

O custo da telefonia IP é mais baixo porque sua estrutura é mais enxuta e funcional: não é preciso montar centrais, um complexo sistema de cabeamento físico ou antenas de recepção para que as ligações sejam feitas com qualidade HD.

Essa fase é marcada também pelo PABX Virtual (fusão entre VoIP e PABX), tecnologia:

  • fortemente apoiada na mobilidade (como voz e dados são gerenciados por conexões on-line, esse sistema pode ser usado em casa, no escritório ou em trânsito);
  • sem taxas de manutenção de infraestrutura;
  • alta escalabilidade (toda a estrutura do PABX IP fica hospedada em data centers do provedor de serviços, o que permite a ampliação da estrutura sem a necessidade de instalar ou comprar um equipamento sequer);
  • voltada à otimização do atendimento ao cliente (rotas de menor custo, página do usuário via Web, URA, possibilidade de configurar mensagens personalizadas etc.);
  • entre outras vantagens, que certamente resvalam nos resultados financeiros e na imagem da empresa no mercado.

A telefonia 4.0 e seus impactos sobre o universo corporativo

Conforme pontuamos acima, na telefonia 4.0, TI e Telecom passam a estar intimamente ligadas. Isso fica mais evidente ao vermos as operadoras reduzindo o custo das ligações, como em 2017, quando a Anatel anunciou que as chamadas locais e interurbanas de telefones fixos para móveis seriam reduzidas entre 16,49% e 19,25% (locais) e entre 7,05% a 12,01% (interurbanas). Trata-se de um processo de transição da fonte de lucro das tarifas para os dados.

Toda a migração do sistema de telecomunicações para o ambiente virtual foi impulsionada pela inegável a melhoria de infraestrutura vista nas grandes metrópoles, com o 4G, a popularização da fibra, os links a rádio etc. Nos Estados Unidos, já há planos para o início da disponibilização da tecnologia 5G, que não deverá tardar a chegar ao Brasil.

Essa infraestrutura tecnológica, quando voltada à comunicação empresarial, permite às organizações otimizar a interação com seus consumidores, integrar todos os canais com emissão de relatórios unificados, além de aproximar-se mais de seus clientes pelas facilidades ligadas ao relacionamento por voz e vídeo.

Para que você tenha ideia do que vem por aí, acredita-se que as conexões 5Gterão velocidades que variam entre 1 e 20 Gbps. Compartilhada entre diversos usuários, a estimativa é que essas conexões alcançariam pelo menos 100 Mbps por pessoa. Nada mal, não? Como comparação, no Brasil, a velocidade média do 4G é de 12 Mbps, cerca de 8 vezes menor. Por aí, você já imagina o quanto a telefonia pela internet deve se desenvolver nos próximos anos.

Agora imagine tudo isso redirecionado ao seu sistema de telefonia IP. E pensar que ainda há empresas usando linhas telefônicas comuns (é evidente que essas corporações perderão competitividade em virtude do obsoletismo de sua infraestrutura de Telecom).

Diferenças entre telefonia analógica e telefonia digital

A qualidade da telefonia analógica é altamente dependente da qualidade do cabeamento instalado e sua estrutura nem sempre traz recursos como identificação de chamadas e atendimentos simultâneos. Esse modelo antigo, evidentemente, também não dispõe de interface web, tampouco configurações de rede.

Já a telefonia digital é totalmente apoiada em configurações de rede que trazem IP, máscaras de rede e gateway; esses recursos são a base para o oferecimento de uma série de serviços essenciais ao aumento da eficiência no atendimento ao cliente, como conferência, chamada de espera e realização de múltiplas ligações simultaneamente.

E há quem diga que a telefonia mudou pouco até aqui.

Agora que você já compreendeu a magnitude da telefonia 4.0 e seus impactos sobre o mundo corporativo, compartilhe nosso conteúdo nas mídias sociais e leve esse conhecimento também à sua rede de contatos!