TI Híbrida: inovação para a nova realidade

Autor: Telium Networks
Publicação: 14/09/2018 às 01:47

A era digital tem trazido transformações para o mercado e um impacto tecnológico tem sido decisivo na construção de um novo paradigma: o alcance da nuvem tem se tornado cada vez mais amplo, a ponto de sua presença, aliada às tradicionais infraestruturas físicas, ter criado um novo modelo que vem sendo chamado de TI híbrida.

Com essa nova realidade, serviços de TI internos e externos vêm sendo conduzidos em uma estratégia mista, na qual conjuntos de aplicações locais trabalham conectados a outros conjuntos compartilhados na cloud.

Esse cenário está se consolidando porque, hoje, o foco no usuário final está orientando a gestão da TI das empresas para serviços. E o que viabiliza a percepção de melhorias nesse aspecto é a aceleração das mudanças, atualizações e implantações, além da ausência de interrupções no serviço que o cliente visualiza e utiliza. Também conta como fator positivo a redução do tempo de resolução de problemas.

Tudo isso envolve a otimização de infraestrutura, tornando os serviços de TI mais ágeis, simplificados e escalonáveis, estejam eles na condição de locais ou virtuais. O importante é permitir que a TI seja cada vez mais enxuta.

Nesse contexto, o que se espera dos serviços tecnológicos converge para alguns benefícios da TI híbrida: flexibilidade e escalabilidade, agilidade e redução de custos voltados para infraestrutura. Inclusive, esses são os condutores do ritmo crescente de adesão a esse estilo de gestão de TI.

Neste post, a TI híbrida será desmistificada e o foco será demonstrar que os impactos nas empresas que aderem a esse modelo são positivos. Continue a leitura e tenha uma boa dose de tecnologia!

Entendendo a TI híbrida

Quando o senso de inovação toma conta do mercado, um empreendimento precisa se reinventar para acompanhar o novo padrão de expectativa que começa a surgir.

No campo da TI, as empresas anseiam por maior produtividade, redução de custos, automação de processos, simplificação de fluxos de trabalho e segurança dos dados do negócio. Então, essas necessidades deixam de ser meras demandas e assumem a posição de exigências.

A questão é que, na era da informação e com a filosofia digital que já se fixou no mundo corporativo, tudo assume uma dimensão gigantesca, já que volumes de dados se multiplicam a todo o momento e a necessidade de tratar e transformar essa massa em informação de alto valor agregado é uma constante.

Atender a essa nova realidade é questão de estratégia. E aí algumas ponderações começam a fazer sentido: mantendo Data Centers próprios é possível responder à altura do esperado pelo cliente? Em contrapartida, promover uma transição do que está internalizado para um ambiente terceirizado garante a segurança dos dados do negócio?

Esses dilemas são inerentes ao contexto atual e eles são muito bem aceitos dentro do conceito de TI híbrida. Esse modelo prevê que o local conviva bem com a nuvem e é exatamente por isso que é possível segmentar o que deve ser mantido internamente e o que é mais produtivo quando virtualizado.

Na contramão dos eufóricos da cloud computing, que ignoram as fragilidades que ainda perduram nesse tipo de arquitetura, a filosofia da TI híbrida assume que há casos e casos. Exatamente por isso, nem toda aplicação deve migrar para a nuvem, assim como nem toda infraestrutura deve ser mantida pelo próprio negócio.

Na TI híbrida, a dicotomia entre prós e contras não chega a gerar conflitos. Do contrário, o consenso é de que há pontos positivos no local e no virtual e também há pontos de atenção em ambos. E cada negócio precisa avaliar sua realidade para identificar o que vai para a nuvem, o que fica dentro “dos muros” da empresa e como ocorrerá a integração entre esses dois mundos.

Aliás, é na integração que reside a solução para uma eventual discórdia entre defensores de um ou de outro paradigma.

Na prática, manter infraestrutura própria é caro, demanda atualizações constantes, atenção redobrada a soluções de segurança, consome energia e ainda exige a permanência de uma equipe especializada. Por isso é tão atrativo migrar aplicações e utilizar infra na nuvem, já que fazer mais com menos é a cultura que está dominando a gestão empresarial, em um movimento sem volta.

Quanto à automação que a TI híbrida trará aos processos da empresa, vale ressaltar que será abstraída a camada de operações e esta se tornará integrada a algoritmos que “aprendem” com a repetição dos fluxos e movimentam e corrigem os serviços sempre na direção mais racional e rápida — tudo de forma automática.

Do ponto de vista da qualidade dos serviços, se ainda restam dúvidas sobre o risco de uma perda, não há motivos reais para uma recusa à nova arquitetura. Isso porque os contratos preveem SLA (Service Level Agreement) que devem ser cumpridos pelo fornecedor. Assim, níveis mínimos de serviço devem ser entregues, sendo possível imputar penalidades para o provedor que descumprir o combinado.

Assim, tempo de resposta, capacidade de armazenamento e processamento, backups automáticos e frequentes, além de segurança da informação são alvo de negociação e a empresa fornecedora faz seu dever de casa, porque é dessa relação de confiança que depende sua perenidade no mercado e o alcance de novos clientes.

O fato é que a transformação digital que está sendo reivindicada das empresas de todos os ramos e portes exige um olhar atento para a TI híbrida. Certamente o caminho para a modernização e adaptação a essa nova cultura mercadológica passa por ela.

Os impactos da TI híbrida nas empresas

As empresas que aderem á TI híbrida experimentam impactos positivos em sua gestão de TI e na disponibilidade dos serviços que sustentam o negócio.

Um bom começo para se compreender a diferença que o modelo traz é a otimização dos recursos, garantindo uma alta taxa de escala de mudanças, sem sobrecarga ou congestionamentos. Com isso, se o negócio demanda novas funcionalidades, novos sistemas ou expansão de capacidade de processamento ou armazenamento, ele terá essa resposta na medida certa.

Além disso, a rastreabilidade dessas alterações no ambiente tecnológico permite otimizar sua utilização e redimensionar os recursos com base em uma linha histórica que demonstra a tendência de consumo de recursos.

No âmbito do negócio, os impactos são, basicamente, decorrentes da escalabilidade e da alta disponibilidade. Essas características fortes da computação em nuvem permitem que o negócio tenha sempre o suporte necessário para se manter em pleno funcionamento.

Assim, se a loja virtual está em uma semana de alta nas vendas e os acessos simultâneos estão aumentando, o monitoramento embarcado nos serviços em nuvem vai disparar um alerta e, de forma automatizada, mais recursos serão alocados para suportar o volume de visitas e de transações no e-commerce.

Da mesma forma, se o sistema de consulta a dados cadastrais de pessoas físicas está em um período de baixa demanda, os recursos tecnológicos terão sua oferta retraída para que não haja desperdícios ou ociosidade. Afinal, a empresa que contrata a nuvem só paga pelo o que consome, de fato.

Quanto à disponibilidade oferecida pela cloud, ela garante algo de extremo valor para qualquer empreendimento: a continuidade dos negócios. Sem isso, o risco de insatisfação do usuário ou do cliente final em função de interrupção nos serviços é certo e as consequências não são nada boas.

Um outro fator que se reveste de qualidades para a empresa é a geração de informações gerenciais ricas que ajudam a mensurar o desempenho da TI. Como o provedor é obrigado a comprovar o atendimento aos níveis comprometidos em contrato, são gerados relatórios a partir de ferramentas que acabam se tornando instrumentos de gestão para o cliente.

Dali, saem não só controles sobre a performance do provedor, como também insights para revisão de processos e melhorias do próprio negócio. Algumas das ideias que podem ensejar propostas de reestruturação do modelo vigente é notar que parte do que foi para a nuvem tinha melhor resposta quando instalado internamente, especialmente no quesito segurança. Ou, ainda, que o que está na nuvem dá respostas tão interessantes que vale a pena elencar novas soluções para serem migradas.

Como se vê, a TI híbrida nem sempre direciona reforços para a cloud. Sua convivência com o local é tão tranquila que análises podem sinalizar que, em determinadas situações ou momentos, reforçar o interno (ainda) é a melhor estratégia. E tudo bem se for assim, já que o propósito não é defender a nuvem nem o local, mas sim a união entre esses dois ambientes para potencializar a concretização do negócio.

Os benefícios da TI híbrida

Quando se fala sobre os benefícios da TI híbrida uma coisa é clara: o foco estará nas vantagens da cloud computing, porque esse foi o advento que transformou a TI tradicional (local) no novo conceito que contempla um misto entre interno e virtual.

Nessa linha, os ganhos mais perceptíveis com a adoção de um modelo híbrido são:

  • infraestrutura mais ágil e flexível;

  • redução de custos com aquisição de equipamentos de alta performance, com licenças de softwares, com soluções de segurança e com equipe especializada para manutenção;

  • escalabilidade dos serviços;

  • segurança dos dados baseada em criptografia e em controle de perfis de acesso;

  • desoneração dos times de TI para que possam se aproximar mais do negócio e atender às demandas do dia a dia e antever desafios que ainda se apresentarão;

  • responsabilidade por manutenção e atualização de softwares e hardwares fica a cargo do provedor;

  • melhoria da eficiência operacional;

  • automação de processos, redução de falhas e de riscos;

  • acesso a aplicações amplamente adotadas no mercado, mas com possibilidade de customização para as especificidades do negócio;

  • rápido restabelecimento dos serviços em caso de incidentes, garantido por SLA firmado em contrato;

  • alta disponibilidade dos serviços, também assegurada no contrato de prestação de serviços, o que garante a continuidade dos negócios;

  • acesso a ferramentas de colaboração, permitindo maior integração entre departamentos ou filiais e contribuindo para uma comunicação mais fluida e transparente;

  • usufruto de tecnologias de ponta e de aplicações alinhadas com as inovações do mercado;

  • mobilidade para acesso a aplicações sem limitações geográficas ou físicas.

Como se vê, os benefícios são muitos e são significativos. A partir da noção do que a TI híbrida pode provocar de positivo na TI de uma empresa, é automático o interesse em iniciar o processo de análise de viabilidade para implementação do modelo. Acompanhe alguns passos importantes no próximo tópico!

O que fazer para alcançar a TI híbrida?

Tornar a TI do negócio híbrida pressupõe algumas iniciativas, ferramentas e uma visão diferenciada para que as decisões tomadas caminhem na direção da transformação digital.

Em primeiro lugar, é preciso avaliar, criteriosamente, quais serviços terão um resultado benéfico ao serem migrados para a nuvem. Usualmente, avalia-se armazenamento, banco de dados e aplicativos.

Veja outros pontos que precisam ser observados para uma transformação tranquila da TI tradicional para a híbrida:

Migração de aplicativos

Primeiramente, já foi dito aqui que o começo de tudo é avaliar o que tem perfil digital e o que não tem. Esse ponto já está pacificado e não seremos repetitivos aqui.

Definido o escopo, é bom saber que os provedores mais consolidados no mercado disponibilizam ferramentas de migração de aplicativos para a nuvem. Em geral, esse processo é ágil e seguro, mesmo que algumas adaptações nos sistemas preexistentes sejam necessárias.

Ainda na fase de testes ou ambiente de homologação, é importante observar o desempenho do aplicativo migrado, medir eventos e identificar ocorrências que devem ser sanadas antes de colocação da inteligência em ambiente de produção.

Política de recuperação dos serviços

Quando infra e aplicações são providas por terceiros, não significa que a gestão da TI está terceirizada. Monitorar a qualidade do serviço prestado e o atendimento aos acordos firmados é papel da empresa contratante. Afinal, a maior interessada no sucesso do seu negócio é ela mesma.

Assim, é fundamental exigir do parceiro planos de backup, com periodicidades curtas e, de preferência, com distribuição das cópias em servidores diferentes, para garantir qualquer possibilidade de perda dos dados do negócio.

Outro documento relevante é o plano de recuperação de desastres, que deverá descrever o compromisso do provedor em termos de ações para restaurar os serviços no menor tempo possível, quando ocorrer um incidente.

Adequação de processos

A migração de parte de serviços de infra e de softwares para a nuvem inevitavelmente trará mais automação aos processos da empresa — o que é muito bom. Com isso, é importante revisar todos eles e identificar requisitos e necessidades de adaptações para que as automatizações previstas sejam viáveis.

Nessa fase, vale a pena investir esforços em redesenhar processos internos e permitir a racionalização da maior quantidade possível, desde que sejam aqueles já classificados como passíveis de migração. Automatizar é reduzir falhas, agilizar etapas, simplificar fluxos, racionalizar processos, aumentar a qualidade e reduzir custos.

Preparo para a monitoração

De nada adianta um contrato que reze obrigações e regras se não houver uma sistemática de acompanhamento do que foi acordado. Antes de contratar um parceiro para prover a cloud, é importante mapear as necessidades do empreendimento e identificar quais são os pontos críticos para continuidade do negócio.

A partir disso, é possível localizar fornecedores que manifestem condições de atender àquelas características exigidas e negociadas formas de medição. Aí entram os indicadores de desempenho, que precisam ser vislumbrados antes mesmo de se fechar um contrato. É arriscado perceber que o provedor “não dá conta do serviço” só depois das atividades em andamento. Vale a pena se antecipar.

Mudança cultural do profissional de TI

Quanto às equipes internas de TI, se houver dúvidas quanto à sua empregabilidade, é bom ressaltar que a TI híbrida não tira oportunidades de ninguém. Ela exige que os profissionais da área ampliem seus conhecimentos e passem a dominar redes empresariais, bancos de dados, virtualização de sistemas, o processo de entrega de aplicativos, arquitetura orientada a serviços, automação, APIs, gestão de sistemas distribuídos e a gestão de Data Centers, mesmo que terceirizados. Gerenciar infraestruturas e integrar serviços da nuvem com os locais para garantir qualidade e bom desempenho também é seu papel.

Outra responsabilidade que passa a recair sobre o profissional de TI é a gestão da terceirização, com monitoramento permanente de indicadores e com a sinalização de falhas e sugestão de correções sempre que a entrega estiver aquém do esperado ou do necessário para acompanhar o andamento do negócio.

Nesse escopo de mudança cultural, o que se percebe é que a TI híbrida modifica não só a localização e os padrões de governança, mas também age sobre as atribuições dos times de TI, que precisam ser mais generalistas e dominar um conjunto de habilidades mais voltadas para gestão, diferente do perfil absolutamente técnico tão presente nos moldes tradicionais.

Em relação às lideranças, não há mudanças em relação ao seu papel, mas ainda assim um quesito merece destaque: embora o avanço tecnológico seja notório, a eficiência dos processos e dos modelos de gestão não depende exclusivamente da tecnologia. Não existe inovação que transforme, por si só, uma governança frágil em uma estrutura de gerenciamento robusta e efetiva. Vale a máxima de que tecnologia é solução para uma infinidade de coisas, mas não para tudo.

Parceria sólida para ser duradoura

Quando não se detém a expertise de algo ou recursos necessários ao negócio, é necessário recorrer ao mercado e buscar parceiros. No caso da TI híbrida, os serviços que sempre foram internalizados e que assim permanecerão, após uma análise sobre sua viabilidade de mudança de arquitetura, não darão trabalho. Porém, o que tiver sido escolhido para migrar para a nuvem demandará um estudo qualificado.

Nessas horas, não basta buscar um provedor que ofereça infraestrutura robusta. É fundamental contar com uma empresa que se torne um verdadeiro parceiro do negócio, disponibilizando consultoria para compreensão dos pontos necessários para a nova realidade e que possa apoiar a fase de transição.

Além disso, é fundamental analisar a capacidade de atendimento às exigências da empresa, o feedback de clientes e o posicionamento do fornecedor no mercado da computação em nuvem.

Conclusões sobre o efeito híbrido

A eficácia da nuvem tem motivado as empresas a transformarem seus negócios. Isso é um fato inquestionável. Independentemente da locação da infraestrutura ou dos aplicativos, a preocupação da gestão de TI contemporânea é manter a disponibilidade dos serviços.

O fato é que hoje o mercado vive um momento efervescente de mudanças, um novo ciclo está se estabelecendo e a cloud computing vem sendo o carro-chefe de tendências que chegaram para ficar, como hiperconectividade e internet das coisas.

Nesse cenário, novas habilidades têm sido exigidas de gestores e equipes de TI para lidar com a TI híbrida. Dentre elas, se destacam: noções de DevOps (que alia os benefícios da TI tradicional com os da inovação, com foco em agilidade e simplificação), além de análise de dados para gestão dos fornecedores e mensuração do desempenho tanto do provedor quanto do negócio.

Por ser uma tendência relativamente recente, alguns desafios ainda são enfrentados para adoção do modelo, mas as empresas que já os superaram são a prova de que uma boa governança é a solução para essas questões.

Para alinhar esses aspectos com o objetivo organizacional, o centro das atenções deve ser gestão, monitoramento, capacidade de adaptação e melhoria contínua. Isso porque o provedor não resolverá fragilidades de governança que são da empresa cliente. Além disso, cuidar para que o provedor encontre condições favoráveis para vingar sua proposta e possa oferecer o melhor retorno possível também é papel de quem o contrata.

Nem tudo são flores, mas os frutos dessa colheita são extremamente positivos e reforçam que a caminhada em direção a plataformas digitais é válida. E, para o que ainda não for viável a transformação digital, a realidade local continua sendo a solução. Assim é a TI híbrida: não aos extremos e sim à integração entre eles, em prol das melhores circunstâncias possíveis para a continuidade, perenidade e competitividade do negócio.

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